Artigo internacional - Prof. Roberto Lacerda Oliva - 2ª parte

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No capítulo anterior abordamos uma série de medidas, essencialmente de caráter financeiro, que temos que levar em conta no processo de preparação da empresa para ser vendida. Além dos aspectos anteriores, existe outro conjunto de melhoras que não sendo de cunho financeiro, podem aumentar o valor intrínseco da empresa.

MEDIDA SOBRE ATIVOS
Em muitas empresas existem ativos consideramos ociosos, quer dizer, que não estão diretamente relacionados com a atividade da empresa. Diante de uma perspectiva de venda, devemos considerar tais situações que merecem um capítulo à parte. São ativos sobre os quais, se é realizado um processo de venda da empresa as partes compradora e vendedora devem negociar o que fazer com tais ativos; se os mesmos são valorizados à parte, se o vendedor fica com os mesmos ou se existe interesse por parte do comprador em tais ativos.
Outro tipo de situação específica são as medidas que devem ser adotadas sobre os ativos que tem elevado custo. Os ativos; como qualquer outro elemento contábil, tem valor enquanto são necessários para a consecução do CASH FLOW. Porém, existem empresas que valem mais por seus ativos que pelo próprio negócio. São empresas que geram em seu negócio uns benefícios modestos em relação ao valor que tem seus ativos; por exemplo, empresas que dispõem de escritórios de propriedade em regime de aluguel, os quais podem ser vendidos a preços muito elevados o proprietárias de terremos em zonas reconvertidas em espaços urbanos dados os crescimentos das grandes cidades. Nestes casos hipotéticos, o empresário deve ver o que quer fazer com tais ativos; reorientar o seu negócio, segregar os ativos, etc. pois, tendo os mesmos um valor importante no mercado, não tem o mesmo reflexo no valor do negócio comercial.

a. MEDIDA SOBRE OS RECURSOS HUMANOS
Um dos ativos mais importantes de uma empresa são os seus recursos humanos. Os compradores sempre estão interessados em pagar um valor superior por uma empresa que disponha de uma equipe diretiva competente, a qual possa dar continuidade ao desenvolvimento da empresa. Em situação contraria, as empresas muito dependentes de “um só senhor” normalmente são pouco atrativas para o investidor.
Por isso é necessário que o proprietário desenvolva a estratégia da empresa e delegue seu funcionamento diário a uma equipe diretiva. Desta forma é bastante mais fácil vender uma empresa pois a mesma é muito mais valiosa para o comprador. Por outro lado os compradores buscam empresas bem organizadas, que não tenham evidencia de problemas laborais e irregularidades neste campo. É necessário prestar atenção geral ao clima laboral e a tudo relativo às relações humanas da organização.

b. MEDIDA SOBRE A ESTRUTURA ORGANIZATIVA
Para um potencial comprador, dispor de uma empresa bem estruturada é um fator fundamental para apreciar o valor da operação.
É portanto muito importante que a empresa disponha de processos claros de gestão, normas e procedimentos, como por exemplo, as normativas do tipo ISO
9000 e outras autorizações semelhantes.
Os compradores também apreciam as empresas com um bom sistema de comunicação, especialmente no aspecto Contabil e financeiro, que proporcionam à alta direção relatórios sintéticos e analíticos que permitam tomar decisões claras e acertadas e o desenvolvimento do conceito de GOVERNANÇA CORPORATIVA, atualmente bastante de moda no Brasil.

c. MEDIDA SOBRE A ESTRUTURA COMERCIAL
Procuramos estudar, de maneira geral, a necessidade de adotar medidas para melhorar os resultados da empresa através das vendas; porém, existem elementos sobre os quais o empresário pode atuar para melhorar o valor da empresa, tais como: a revisão da imagem corporativa, potenciar a imagem da marca, diversificar a carteira de clientes, diferenciar os produtos e os serviços em relação à concorrência, etc.

d. MEDIDA SOBRE A ESTRATEGIA DA EMPRESA
Um Plano Estratégico oferece para a empresa um caráter de seriedade e de disciplina interna, o que sempre é muito bem apreciado pelo comprador.
Um BUSINESSS PLAN realista, com previsões de faturamento, investimentos necessários em imobilizado e capital circulante e os resultados previstos para o fluxo de caixa, podem ser elementos importantes da parte integrante do processo de preparação da venda da empresa. Uma empresa também tem o seu valor intrínseco ampliado, em função das perspectivas que o negócio oferece para o médio e largo prazos.

O QUE NAO DE DEVE FAZER
Para finalizar este resumo de reflexões, é muito importante saber quais são os erros que não podemos cometer NUNCA.
Se algum empresário corre o risco de fazer alguma falcatrua, quando o fato é percebido, durante o processo de Due Diligencie (e os erros sempre acabam aparecendo), o processo passa por um desgaste que pode arruinar o esforço de muitas horas de trabalho e negociações, podendo levar, inclusive, à ruptura das relações entre o comprador e o vendedor. Quando se percebem situações não desejadas, existe uma destruição da confiança entre as partes negociadoras o que; no mínimo, levará ao comprador a exigir maiores garantias futuras para assegurar a firma da operação. Logicamente tais situações geram um custo adicional para a parte vendedora pois põe em risco a possível valorização do valor futuro da sociedade.
Não se deve mentir e também não se devem adotar ações que sejam meias verdades ou atuações duvidosas em relação à legalidade e à honestidade. Algumas destas ações podem ser:
- Reconhecer receitas prematuramente, como receitas derivadas de vendas ainda
não confirmadas. Em empresas de serviços, adiantar, de forma fictícia a produção não faturada ao cliente.
- Realizar transações com sócios estratégicos, ou com outras empresas muito bem
relacionadas com os proprietários, falseando a realidade das operações. .
- Reconhecer como receitas ordinárias o que em realidade são receitas
extraordinárias.
- Faturamento a clientes falsos, ou faturar por erro a clientes para engordar as
vendas.
- Distribuir produtos a outros armazéns da empresa y faturar os mesmos “por erro” como vendas a clientes.
- Tratar como arrendamentos operativos o que na realidade são arrendamentos financeiros, evitando a aparição da dívida no balanço.
- Separar atividades em situação de prejuízo através de sociedades instrumentais e manter tais situações com garantias no balanço.
- Etc.
Qualquer suspeita de atuações com as anteriores e outras muitas deste tipo levará à ruptura do processo ou no melhor dos casos para o vendedor, a percepção por parte do comprador de um alto risco que aumentara a taxa de desconto e abaixara o valor da empresa. Além disso, o comprador aumentara a solicitação de garantias, através de avais, prazos dilatados de pagamentos, exigências de avais, etc.
Portanto, adiantarmo-nos aos acontecimentos é um fator importante no processo de preparar a empresa para ser vendida.
Si de fato queremos vender a empresa pelo seu máximo valor intrínseco, temos que limpar a casa, remover obstáculos e tomar decisões sobre ações de melhores que
realmente agreguem valor ao processo permitindo que a empresa possa, em qualquer momento, passar por um exame por parte do potencial comprador.

POR QUE OPTAR PELA SOMA LOG
Quando contava com 18 anos de idade, trabalhava na organização familiar OTT – ORGANIZAÇAO TOTAL DE TRANSPORTES e tive uma primeira oportunidade de participar de um processo de Fusão com o grupo TRANSPAMPA o que deu origem à organização PAMPA – OTT.
Aos poucos meses da firma deste interessante acordo de colaboração, o qual permitiu que a empresa resultante passasse a ser muito competitiva para as principais regiões geográficas do Brasil, o GRUPO TNT LTD, na época uma multinacional brasileira, adquiriu a organização PAMPA, que anteriormente havia passado pelo processo anteriormente explicado.
Durante 2 décadas, desde o ano 1973 até o ano 1990, participamos de diversos processos de Compras, Ventas, Fusões, Cisões, Alianças Estratégicas, Processos de internacionalização para o continente Latino Americano e constituição de organização de transporte internacional, o que permitiu que minha formação profissional fosse constantemente enriquecida.
No ano 1991 aceito o desafio de ocupar a posição de Diretor Geral da TNT LOGISTICS para Espanha e Portugal; permaneci no grupo TNT até o ano 2005.
Durante esta largo período de tempo, participei diretamente de interessantes movimentos; tanto de caráter interno como mediante a firma de operações de F&A, aumentando ainda mais, meus conhecimentos sobre esta opção de realização de negócios.
A partir do ano 2005 iniciei uma carreira como Consultor Comercial Independente, tendo oportunidade de participar, de forma direta e indireta de inúmeras negociações envolvendo operações de F&A.
Com a criação da SOMA LOG atuamos de forma a não cometer os inúmeros erros que tivemos oportunidade de constatar na realização de tais processos. Colocamos nossa vasta experiência a serviço dos segmentos de L&T.

Roberto Lacerda Oliva é Diretor Geral da empresa www.somalog.com. @robertologbr
@soma_log. Participa ativamente nos negócios de Consultoria Comercial para os segmentos de Logística e de Transportes e mantem sua atuação profissional nos mercados do Brasil, Espanha e Portugal.

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